O dia 31 de março está inscrito indelevelmente na história brasileira com o golpe de estado e a implantação de uma ditadura empresarial-militar em 1964, que estabeleceu como estratégia para a sua manutenção no poder a tortura, o desaparecimento e a eliminação física de muitos cidadãos brasileiros que se opuseram a ela.
A responsabilidade política que temos para com as novas gerações, que não presenciaram, nem sofreram diretamente a brutalidade da ditadura, é de lembrar a todos esse período nefasto da nossa história. E fazemos isso nesse momento particularmente crítico para a população brasileira, em que o governo federal ilegítimo, juntamente com uma maioria de parlamentares fisiológica e descomprometida com o povo brasileiro, amparados por setores do poder judiciário descomprometidos com a justiça, estão promovendo um verdadeiro assalto aos direitos trabalhistas e ao capítulo da seguridade social inscritos na Constituição de 1988.
O desmonte do serviço público de qualidade e a tolerância com medidas judiciais de legalidade duvidosa e ofensivas ao estado democrático de direito desfiguram as conquistas consagradas na Constituição Cidadã e nos colocam sob a égide de um estado autoritário, marcado pela insegurança jurídica, pelo desprezo para com os estratos mais pobres da população, pela entrega das riquezas nacionais ao capital internacional e pela refundação da escravidão, com a justificativade que se trata de mudanças necessárias e inadiáveis para modernizar as relações de trabalho.
Estamos novamente vivendo sob um regime que oprime o povo trabalhador, que tem reprimido os movimentos sociais que a ele se opõem, inclusive com a prisão e intimidação de lideranças que ousam desafiá-lo. Estamos, portanto, vivendo situações semelhantes àquelas impostas pela ditadura empresarial-militar num contexto em que as reformas propostas pelo governo pretendem colocar os trabalhadores brasileiros numa situação semelhante à escravidão. Outros tempos, outras estratégias, objetivos muito semelhantes. Por isso é muito importante marcarmos esta data para que, a partir das lembranças do passado, possamos contemplar o presente e antever qual futuro nos aguarda, lutando PARA QUE NÃO SE ESQUEÇA, PARA QUE NUNCA MAIS ACONTEÇA.
São Paulo, 31 de março de 2017.
Diretoria Executiva da Adunesp S. Sindical
