Por ocasião do falecimento do ex-reitor da Unesp, Jorge Nagle, no dia 21/6/2019, aos 90 anos, a Adunesp vem a público para resgatar alguns aspectos de sua relevante trajetória.
De primorosa carreira acadêmica, teve uma expressiva produção intelectual e galgou todos os cargos da gestão acadêmica, da chefia de departamento em Araraquara à reitoria da Unesp. Também integrou o Conselho Superior da Fapesp e foi secretário de Ciência e Tecnologia no governo paulista em 1988.
Mas sua importância na história da Universidade foi além e diz respeito ao papel determinante desempenhado no período de transição democrática vivido pelo país e, consequentemente, pela instituição.
A Adunesp entrevistou-o em 1996, para a revista dos 20 anos da entidade (clique para conferir), e colheu suas impressões e lembranças sobre o protagonismo que teve num tempo difícil na Unesp. Coube a Nagle o posto de reitor pró-tempore de agosto/84 a janeiro/85, indicado pelo então governador Franco Montoro, como solução alternativa à crise aberta com a não indicação, pelo Conselho Universitário, do candidato preferido pela comunidade unespiana e a tentativa de consolidação de um nome vinculado à já moribunda ditadura militar.
A indicação de Nagle como reitor definitivo, para o período de janeiro/85 a janeiro/89, embora cercada de contradições e queixas dos setores que esperavam a condução da candidatura anteriormente defendida pela comunidade, abriu espaço para um período de redemocratização da Universidade. A gestão Nagle promoveu um ciclo de debates que envolveu a comunidade e levou à redação de um novo estatuto. O final de seu mandato foi marcado, também, pela assinatura do decreto que estabeleceu a autonomia administrativa e financeira, como desdobramento da recém-estabelecida Constituição de 1988.
A Adunesp homenageia Nagle e manifesta pesar pelo seu falecimento, solidarizando-se aos familiares e amigos.
