As informações a seguir são relevantes para o “III Seminário Planejamento e Avaliação Departamental na Unesp”, que a CPA promoverá em 9/12/2020.
Desde que tomaram posse no Conselho de Ensino, Pesquisa e Extensão Universitária (CEPE), os conselheiros eleitos pelo Chapão da Adunesp estão tentando interferir neste assunto, raiz de preocupações e de temores de toda a comunidade universitária.
Frente à resistência da Comissão Permanente de Avaliação (CPA) em mudar o cronograma de forma mais ampla, foram levantadas críticas e ponderações.
Foi pontuada a situação inusitada de se planejar o ano de 2020 no mês de setembro de 2020, uma vez que planejar implica em estabelecer objetivos a serem alcançados no futuro, não em atividades pregressas.
Foi insistentemente argumentado que a existência de grandes incertezas para 2021, em função do contexto perverso da pandemia, compromete as possibilidades de previsibilidade de todas as variáveis relevantes para um planejamento minimamente sintonizado com a realidade. Foi dito que um planejamento, nessas condições, não passaria de uma peça de ficção, que consumiria muita energia que poderia ser empregada no enfrentamento das questões que a pandemia nos coloca, e não em tarefa que seria absolutamente inútil.
Outra ponderação importante explicitada nas reuniões do CEPE foi que a devolutiva dos departamentos estava sendo “motivada”, em grande parte, pelo grande receio que muitos colegas têm da política imposta pela CPA.
Insistimos, sempre, que somos a favor do aprimoramento da avaliação e do planejamento na Universidade. Se a cultura da Unesp é avessa a processos avaliativos, isso se deve ao formalismo, à insensibilidade e ao autoritarismo com que tais assuntos têm sido tratados nas últimas décadas na nossa Universidade.
Tal empenho resultou em mudanças significativas, que foram sendo construídas ao longo das reuniões do colegiado.
Numa visão de conjunto, o que foi aprovado até o momento é o que segue:
- Que os departamentos que já entregaram seu planejamento para o biênio 2020-2021, ou que entregarem até 30 de novembro de 2020, terão oportunidade de revisar pesos e metas, no primeiro trimestre de 2021.
- Que os departamentos que, até 30 de novembro de 2020, não tiverem concluído seu planejamento poderão fazê-lo, caso desejarem, até março de 2021.
- Que juntamente com a revisão e ou conclusão dessa etapa de planejamento seja avaliado o próprio processo de planejamento, indicando deficiências e possibilidades de melhoria.
- Que, com a meta-avaliação do processo de planejamento e com a análise de conjuntura atualizada da situação da pandemia, sejam rediscutidos e readequados os procedimentos e os cronogramas dos planejamentos departamentais dos períodos futuros.
Essas mudanças abrem potencialmente possibilidades interessantes. Mas o alcance disso dependerá decisivamente do grau de participação e de envolvimento da comunidade acadêmica – departamentos, conselhos, unidades – no processo de revisão do processo de avaliação. Sabe-se que a meta-avaliação faz parte de qualquer processo avaliativo. Ou seja: criticar, rever e aprimorar a avaliação é imprescindível para a seriedade e serenidade do processo, além de ajudar a criar confiança e modificar favoravelmente a cultura organizacional.
Mas os envolvidos não podem ser chamados a participar apenas com sua obediência. Há de se abrir espaço para o debate franco e não apenas formal. Um diálogo mais horizontal, sem constrangimentos e intelectualmente honesto.
É importante que esse processo seja acompanhado de uma inovação institucional fundamental: a transformaçãoda CPA numa instância da comunidade não subordinada à reitoria. Faz parte da meta avaliação discutir como construir uma CPA plural, com participação majoritária de docentes, técnico-administrativos e estudantes eleitos por seus pares.
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