Um grupo de 51 estudantes de baixa renda da USP está precariamente alojado há cerca de dois meses sob as arquibancadas do Centro de Práticas Esportivas (Cepe) da USP, local destinado a receber atletas para curto espaço de tempo: são quatro quartos, com nove beliches cada. Eles aguardam a apreciação de seus recursos por não terem sido contemplados com vagas no Conjunto Residencial da USP (Crusp). A universidade oferece duas modalidades de auxílio moradia: parcial (R$ 300,00) para os selecionados ao Crusp, e de R$ 800,00 para custear aluguel enquanto não for possível a vaga na moradia.
A dramática situação destes 46 ingressantes da graduação e cinco da pós-graduação estampa a urgência da ampliação dos recursos investidos nas condições necessárias para a permanência do crescente número de estudantes em situação de vulnerabilidade social. Para que realmente lhes seja garantido o direito à educação superior pública, é preciso que tenham condições dignas de moradia e alimentação.
A Pauta Unificada de Reivindicações do Fórum das Seis para 2024, construída a partir dos debates e contribuições dos três segmentos, tem um item específico intitulado “Acesso e permanência estudantil/gratuidade ativa”. Nele, destacam-se as reivindicações de garantia de políticas de segurança alimentar e nutricional, bem como de moradia estudantil para atender a demanda em todos os campi, com infraestrutura que garanta condições adequadas de vida e estudo. A ampliação dos recursos para esse fim, de modo a que todos/as os/as estudantes vulneráveis sejam contemplados/as, e a isonomia de valores de bolsas e auxílios entre as instituições são reivindicações essenciais.