Docentes de todo o país, presentes na 64ª edição do Conselho do Sindicato Nacional dos Docentes das Instituições de Ensino Superior (Conad/Andes-SN), aprovaram a construção de uma nova greve nacional da educação, chamada para 13 de agosto. Assim como ocorreu nos movimentos de 15 e 30 de maio (o 15M e o 30M), a greve está sendo convocada de forma unitária por entidades como a Confederação Nacional dos Trabalhadores em Educação (CNTE), a União Nacional dos Estudantes (UNE) e outros, tendo a defesa da educação pública e dos direitos sociais, como a aposentadoria, como eixos.
O 64º Conad do Andes-SN foi realizado entre os dias 11 e 14 de julho, sendo sediado pela Associação dos Docentes da Universidade de Brasília (ADUnB).
A deliberação do Conad acontece no momento em que o Ministério da Educação, tendo à frente o ministro Abraham Weintraub, convoca os dirigentes das instituições federais de ensino superior para reuniões em Brasília, na semana de 15 a 19/7, para anunciar um programa intitulado “Future-se” (clique para acessar o projeto), que tem como objetivo “o fortalecimento da autonomia financeira das universidades e dos institutos federais”.
Considerando o currículo da nova gestão à frente do MEC, que estampa cortes de recursos, suspensão de bolsas de pesquisa e ataques ideológicos típicos da Santa Inquisição, não se deve esperar nada de bom do projeto.
O “Future-se” foi lançado oficialmente em 17/7. De acordo com as primeiras informações, ele baseia-se numa série de iniciativas vinculadas ao mercado financeiro. O MEC afirma que haverá um fundo soberano do conhecimento, privado e negociado em Bolsa, multimercado, para dar sustentação ao Future-se, que deve chegar a R$ 50 bilhões. Os recursos iniciais viriam da alienação ou concessão de patrimônio da União, espalhado pelo país. As universidades submeteriam projetos para concorrer ao dinheiro.
Manifesto
O manifesto divulgado no 64º Conad explica que o projeto do MEC tem suas raízes no documento chamado “Financiamento da Educação Superior no Brasil - Impasses e Perspectivas”, produzido pelo Centro de Estudos e Debates Estratégicos (Consultoria Legislativa da Câmara Federal).
“O Programa Ministerial poderá promover o mais profundo ataque à universidade pública, ferindo sua autonomia e impondo categoricamente sua privatização”, destaca o Manifesto. Clique para conferir o Manifesto.
Educação e Previdência: Foco no 13ª
O Andes conclama os docentes do ensino superior a somar forças com os demais setores da sociedade que estão convocando a nova Greve Nacional da Educação para 13 de agosto. “Vamos derrotar a política de privatização dos serviços públicos e a destruição dos direitos e conquistas da classe trabalhadora e do povo brasileiro”, conclui o Manifesto.
A Adunesp reforça o chamado para o 13Ae orienta sua subseções e representantes de base a iniciarem a discussão preparatória em seus campi e a se aproximarem dos sindicatos e movimentos sociais engajados nessa mesma luta.
