Em defesa das nossas universidades, do conjunto dos serviços públicos e da democracia: Votar em Lula e Haddad para derrotar o retrocesso nas ruas e nas urnas!

Em defesa das nossas universidades, do conjunto dos serviços públicos e da democracia: Votar em Lula e Haddad para derrotar o retrocesso nas ruas e nas urnas!

As diretorias da Adunesp e do Sintunesp, como todas as pessoas e entidades que se posicionam e militam pelo respeito aos direitos humanos, pelo aprimoramento da democracia, pela preservação sustentada do meio ambiente, pelo avanço das lutas dos trabalhadores por melhores condições de vida e dignidade, vêm a público posicionar-se sobre as eleições no segundo turno em âmbito estadual e nacional. Trata-se de um momento político de imensa relevância para o futuro dos trabalhadores brasileiros e paulistas, que terá consequências decisivas para o futuro das nossas universidades. Mais do que isso, poderá comprometer a possibilidade de avançarmos na democratização das instâncias de poder em todas as suas dimensões: internamente às universidades públicas e na luta pelo avanço das reivindicações da classe trabalhadora como um todo.

Assim, como todas as pessoas e entidades que militam contra a entrega de bens públicos preciosos e estratégicos para a soberania nacional aos apetites do mercado, nos posicionamos também:

  • contra as políticas de destruição do serviço público brasileiro;
  • contra os confiscos aos direitos dos trabalhadores de todas as categorias, inclusive de aposentados e pensionistas;
  • contra a banalização da violência – elevada à condição de estratégia política pelo governo Bolsonaro;
  • contra a discriminação e a penalização de mulheres, negros e negras, e da população LGBTQIA+ pelas características de vida e sociabilidade que representam;
  • contra o descaso criminoso com a saúde pública, que dizimou quase 700 mil brasileiros, sendo que pelo menos algumas centenas de milhares de vidas poderiam ter sido poupadas se a compra de vacinas contra a Covid-19 tivesse sido realizada a tempo, atrasada que foi num cenário de corrupção denunciado pela CPI que a desmascarou escancaradamente;
  • contra a tentativa escandalosa de compra de votos às vésperas das eleições, tanto no primeiro, quanto no segundo turno;
  • contra a institucionalização do discurso mentiroso, com o inconfessável objetivo de confundir os brasileiros e ocultar procedimentos inequivocamente antiéticos e criminosos;
  • contra os cortes nos investimentos em ciência e tecnologia e na educação como um todo.


Não bastasse tudo o que acabamos de pontuar no que diz respeito ao governo federal, temos no estado de São Paulo um risco real e de consequências absolutamente desastrosas, com a possibilidade de elegermos um braço político e ideológico do protofascismo federal que, certamente, como já deixou explícito em suas falas de candidato, cultiva um profundo desapreço pela produção livre e socialmente comprometida de conhecimento e tecnologia pelas universidades públicas. Estamos diante do risco real de cobrança de mensalidades e de sucateamento dessas instituições nos moldes do que tem feito, ao longo deste mandato, o presidente da República.


Todas as instituições federais de fomento e auxílio à ciência e à pesquisa foram sufocadas financeiramente de forma devastadora e, no dia seguinte ao anúncio dos resultados eleitorais do primeiro turno, fomos surpreendidos por novos cortes no orçamento das universidades federais que, segundo seus reitores, inviabilizariam o seu pleno funcionamento a curtíssimo prazo. Nossa preocupação é que, caso chegue ao Palácio dos Bandeirantes o escolhido por Bolsonaro para representá-lo nas eleições paulistas, ele certamente implementará em nosso estado essas mesmas medidas que, entre outras coisas, colocam em sério risco a existência do sistema público de ensino superior paulista, em intensidade superior a tudo o que já nos ameaçou anteriormente.


A seguir o exemplo federal, também as consultas à comunidade para escolha de nossos reitores serão desrespeitadas, além de outras iniciativas para tornar nossas universidades exclusivamente a serviço do mercado e irrelevantes para os interesses e necessidades do povo paulista.

Por considerar que estamos numa situação inédita de perigo iminente para a ainda frágil democracia brasileira e para a sobrevivência das instituições públicas, inclusive das nossas universidades, entendemos que, nesse segundo turno das eleições, em defesa da democracia, da manutenção do serviço público de qualidade e contra os projetos autocráticos, devemos nos posicionar pelo voto em Lula para presidente e em Haddad para governar o estado de São Paulo.

São Paulo, 7 de outubro de 2022.
Diretorias da Associação dos Docentes da Unesp – Adunesp
Sindicato dos Trabalhadores da Unesp - Sintunesp