Fórum apresenta contra proposta. Cruesp mantém intransigência e limita-se a agendar reunião técnica para julho

Após aprovação na maioria das assembleias de base das categorias, o Fórum das Seis formatou uma contraproposta para apresentar ao Cruesp na negociação de 13/6, numa demonstração clara de disposição para fazer avançar a negociação. Infelizmente, não era esseointeresse dos reitores.

Inicialmente, a coordenação do Fórum registrou o repúdio das categorias às pressões intimidatórias contra os trabalhadores em greve, especialmente na Unesp. Na sequência, apresentou a contraproposta, verbalmente e por escrito. 

Clique e confira relato completo da negociação no Boletim do Fórum, de 13/6/2018.

1) Reconhecimento oficial, pelo Cruesp, das perdas salariais das categorias no período de maio/2015 a abril/2018 (12,56% na USP e Unicamp, 16,04% na Unesp)

2) Acompanhamento quadrimestral da arrecadação do ICMS, considerando como primeiro quadrimestre o período de abril a julho/2018, por meio de reuniões mensais de grupo de trabalho (Fórum das Seis e Cruesp) a ser criado para este fim.

3) Plano de recuperação de perdas baseado no excedente (sobre o previsto) da arrecadação do ICMS em 2018, com aplicação quadrimestral (conforme detalhado no item 2). Destinação deste excedente na seguinte proporção: 80% para salários, 10% para contratações e carreira, 10% para permanência estudantil.

3.1) Iniciar a recuperação salarial das categorias com um reajuste necessário para repor a inflação dos últimos dois anos (pelo ICV-Dieese, de 6,14%), imediato e retroativo a maio/2018, até atingir o previsto no item 1.

4) Compromisso do Cruesp em respeitar o direito de greve, suspendendo o corte de ponto dos trabalhadores.

A resposta dos reitores
O Cruesp apresentou sua resposta à contraproposta do Fórum com sinalizações vagas.

Os reitores reconhecem a “importância da recomposição do poder de compra dos salários em face às defasagens vivenciadas nos três últimos anos”, mas reiteram o índice de 1,5%. Aceitam o compromisso de promover reuniões técnicas periódicas para o acompanhamento da arrecadação do ICMS e para “a reavaliação da situação orçamentário-financeira das universidades ao longo do segundo semestre”. Nesse sentido, já ficou agendada a primeira reunião entre as equipes técnicas para 23/7.

Por fim, o Cruesp propôs “avaliar os eventuais excedentes financeiros, diante das despesas já comprometidas e que serão realizadas este ano com contratações, carreira, permanência e itens das pautas específicas, e analisar a possibilidade de concessão de novo reajuste salarial no segundo semestre”, sem, no entanto, agendar nova reunião de negociação com o Fórum das Seis.

Sobre o direito de greve, os reitores comprometeram-se a “avaliar o cenário de cada Universidade, após o retorno das atividades, em mesa de negociação, nos termos da legislação e jurisprudência”. Ou seja, recusaram-se a garantir que não haja corte de ponto, mas afirmam que, se ocorrer, o pagamento será feito após as partes celebrarem acordo de reposição de horas/trabalho.

Indicativos às categorias
Reunidas após a negociação, as entidades que compõem o Fórum indicam:
- Continuidade e fortalecimento da greve onde está instalada e intensificação da mobilização em todos os campi.
- Participação das categorias na audiência pública sobre a LDO 2019, na Alesp, em 20/6.

Veja todos os detalhes da negociação e dos indicativos no Boletim do Fórum, de 13/6/2018