“Não é aumento, é só reposição da inflação”: Assembleia da Adunesp debate mobilização e cobra negociações efetivas! Confira os indicativos aprovados

“Não é aumento, é só reposição da inflação”: Assembleia da Adunesp debate mobilização e cobra negociações efetivas! Confira os indicativos aprovados

Na manhã de sexta-feira, 11/2, docentes de quase todos os campi da Unesp reuniram-se em assembleia geral organizada pela Adunesp. O ponto central na pauta era a mobilização em torno ao reajuste emergencial reivindicado pelo Fórum das Seis junto ao Conselho de Reitores, o Cruesp: 20% de reposição retroativa a janeiro/2022 e negociação de um plano de pagamento para o restante das perdas acumuladas desde maio/2012.

Após dois anos de ausência de negociação, em que o Cruesp se apoiou nas leis restritivas baixadas durante a pandemia para arrochar o funcionalismo público, como a LC 173/2020, em novembro de 2021 o Fórum das Seis decidiu apresentar a reivindicação emergencial. A inflação galopante, que paira como uma espada sobre as costas dos trabalhadores, exige uma resposta urgente dos reitores.

Mas essa resposta não veio ainda, mesmo com todas as cobranças do Fórum e com uma situação financeira muito confortável para Unesp, Unicamp e USP: o comprometimento médio das três estaduais paulistas com folha de pagamento, em 2021, ficou em 66,84%, o menor (aliás, muito menor) desde o advento da autonomia universitária, em 1989.

Nunca é demais lembrar, como apontaram vários dos presentes à assembleia da Adunesp, que não estamos reivindicando aumento real de salários, mas tão somente a reposição da inflação.

Diante do descaso do Cruesp – afinal, que outro adjetivo usar nesta situação? – e frente à angústia de servidores docentes e técnico-administrativos com a drástica queda do poder aquisitivo dos últimos anos, o Fórum das Seis indicou a mobilização como caminho para levar a voz das categorias até a mesa dos reitores.

Após um aprofundado debate entre os presentes à assembleia de 11/2, a Adunesp aprovou o seguinte posicionamento para as duas propostas apresentadas pelo Fórum das Seis:

1) Realização de uma manifestação – presencial e/ou virtual, de acordo com o cenário pandêmico – em data a ser deliberada:

Aprovada por unanimidade pela assembleia da Adunesp.

2) Caso o Cruesp não mude sua postura de descaso e desrespeito às categorias, e não haja negociações efetivas de nossas reivindicações: não iniciaremos o primeiro semestre letivo de 2022!

Os presentes à assembleia da Adunesp avaliam como prematuro já aprovar este indicativo, embora considerem que deva ser mantido no horizonte, caso os reitores não mudem sua postura. Ao Fórum das Seis, que tabulará os resultados das assembleias de todas as categorias em reunião no dia 17/2, a Adunesp levará a decisão de sua assembleia, mas sem colocá-la como impedimento às demais categorias que, porventura, decidam diferente. A sugestão da assembleia da Adunesp é que já seja agendado o ato (presencial e/ou virtual) para cobrar dos reitores a efetiva negociação das nossas reivindicações; em seguida ao ato, que seja convocada nova rodada de assembleias para avaliar os próximos passos.

O que estamos reivindicando

A última vez em que houve algum reajuste nas universidades estaduais foi em maio de 2019 (2,2%). Levantamento feito pelo Fórum das Seis mostra que, de maio/2012 a dezembro/2021, tivemos um total de 27,01% de reajuste. Neste mesmo período, no entanto, a inflação acumulada (medida pelo INPC/IBGE) foi de 77,46%.

Ou seja, para termos de volta o poder de compra que os salários possuíam em maio/2012, precisaríamos de um reajuste de 39,72% em dezembro/2021.

Como não houve negociação, de fato, em 2021, em novembro o Fórum das Seis atualizou estes números e apresentou ao Conselho de Reitores (Cruesp) as seguintes reivindicações:

  • Reajuste, retroativo a janeiro 2022, de 20% para recuperação parcial da perda acumulada desde maio/2012;
  • Negociação de um plano de reposição para zerar as perdas restantes, relativas ao período de maio/2012 a abril/2022, com a perspectiva de concluir a discussão deste plano ainda na data-base de 2022; e da valorização dos níveis iniciais das carreiras, com base nas propostas do Fórum das Seis.

O que dizem os reitores

Depois que o Fórum das Seis apresentou sua reivindicação emergencial, o Cruesp pouco se movimentou. Limitou-se a agendar uma reunião para as vésperas do Natal, em 22/12, na qual enrolou... e enrolou.

Após pressão das entidades do Fórum, foi agendada, para 12/1, uma reunião entre as equipes técnicas de ambas as partes. Novamente, mais enrolação. Os técnicos do Cruesp não trouxeram as simulações solicitadas pelo Fórum, prometendo fazê-las para “antes da próxima negociação”.

Tendo ciência de que a posse do novo reitor da USP e, por consequência, novo presidente do Cruesp, professor Carlos Gilberto Carlotti Júnior, ocorreria em 26/1, o Fórum enviou ofício solicitando que a negociação fosse agendada logo em seguida. Não houve resposta.   
        

Chega de enrolação, senhores reitores! Negociem seriamente com o Fórum das Seis!

- Pela imediata abertura de negociações efetivas!

- Pelos 20% de recuperação das perdas salariais, retroativos a janeiro/2022!

- Pela negociação de um plano de reposição das perdas restantes durante a data-base 2022!

- Pela valorização dos níveis iniciais das carreiras!

- Por um retorno seguro às aulas presenciais!