Realizada em formato presencial e com representantes de vários campi, a primeira plenária estadual da Adunesp em 2024, no dia 30/1, fez uma avaliação dos desafios que se colocam neste ano, nos cenários externo e interno.
No âmbito mais geral, o presidente da Adunesp, Antonio Luís de Andrade (Tato), considera que é preciso ampliar a organização do funcionalismo público contra as investidas do governo Tarcísio de Freitas, como é o caso da PEC 9/2023, projeto enviado à Assembleia Legislativa para reduzir os investimentos em educação (sobre isso, leia matéria aqui). “Também precisamos estar atentos e reagir contra a reforma administrativa, que está em pauta no Congresso Nacional e, também, nos planos do governo estadual”, destacou.
Para Milton Vieira do Prado Júnior, diretor da Adunesp, a defesa do financiamento das universidades também vai passar, em 2024, pela mobilização em torno da manutenção dos recursos no âmbito da reforma tributária e contra qualquer tentativa, por parte do governo, de retirada de recursos orçamentários e financeiros já existentes. “A reunião entre o Cruesp e a Casa Civil do governo Tarcísio, em dezembro, acendeu o sinal de alerta e temos que estar atentos a futuras tentativas de confisco das reservas financeiras e orçamentárias das universidades”, pontuou.
Data-base 2024
A mobilização para a data-base deste ano, momento em que o Fórum das Seis – que agrupa as entidades sindicais e estudantis das universidades – negocia reajuste, condições de trabalho e de permanência estudantil com os reitores, também foi ponto de pauta na plenária.
“Junto com os servidores docentes e técnico-administrativos das universidades irmãs, teremos o desafio de nos mobilizar para garantir que a data-base ocorra com negociações democráticas e o atendimento das nossas reivindicações”, frisou o presidente da Adunesp. A intenção é realizar atividades nos campi neste período, para retomar as conversas “corpo a corpo” com os docentes, demonstrando que somente a mobilização garantirá a recuperação das perdas salariais e melhores condições de trabalho, e também para impedir a retirada de recursos das universidades.
‘Chapão’ e representatividade nos colegiados
A aproximação de novas eleições para os órgãos colegiados centrais suscitou um interessante debate na plenária, sobre os limites e a importância da atuação nas instâncias da Universidade.
Foi unânime a avaliação de que, junto com a organização sindical, a presença de representantes docentes comprometidos com a categoria e a defesa da universidade pública nos colegiados tem sido importante nos últimos anos. “Um exemplo interessante é o caso da reivindicação dos retroativos derivados do não pagamento dos 3% de 2016. A Adunesp entrou com ação na justiça e atuou no âmbito sindical para pressionar a reitoria, ao mesmo tempo em que os representantes nos colegiados pautaram o tema sistematicamente”, citou Tato.
Em breve, a reitoria da Unesp deve divulgar o calendário para a eleição de representantes aos órgãos colegiados centrais, que acontece a cada dois anos. Como de hábito, a Adunesp já se movimenta para montar o “Chapão” de candidatos e candidatas. A plenária aprovou algumas iniciativas para envolver as subseções, representantes de base e militantes da Adunesp na montagem do “Chapão”, que devem enviar suas sugestões de nomes até o dia 20/2.
42º Congresso do Andes-SN
A participação da Adunesp no 42º Congresso do Sindicato Nacional dos Docentes do Ensino Superior - Andes-SN, que ocorrerá de 26/2 a 1/3/2024, em Fortaleza, foi um dos pontos de pauta da plenária do dia 30/1. O evento terá como tema central “Reverter as contrarreformas, em defesa da educação, dos serviços públicos, das liberdades democráticas e direitos sociais”.
Como seção sindical do Andes-SN, a Adunesp tem direito a eleger delegados e delegadas, mas a avaliação consensual da plenária foi que a entidade não deve participar, devido aos altos custos envolvidos e à necessidade de preservar os recursos para as atividades de mobilização que se projetam para este ano. A intenção é reunir as condições necessárias para a participação no próximo congresso, no início de 2025.
Apoio ao povo palestino e contra a guerra
A plenária aprovou a indicação feita pelo professor João da Costa Chaves Júnior, ex-presidente da entidade, para a redação de uma moção de apoio ao povo palestino, em defesa dos direitos dos povos da região à autonomia, liberdade e condições dignas de vida, e contra a guerra que já contabiliza cerca de 30 mil mortes.
A moção será divulgada em breve.